Augusta em 1950"É o que você pensa!!!!!" Gritou o sujeito nas imediações da nossa despedida. Isso é, minha e dela. As noites de inverno não seriam mais as mesmas. Tudo ficaria mais frio que o de costume. A cama ficou maior. A rotina havia sido quebrada; justamente no início do inverno onde as folhas caem e a solidão judia mais. Mas não estava nada perdido. Afinal, que merece ficar de fora da ferveção sonora que estava rolando na cidade? Havia sido conspiração? As pessoas gritavam nas imediações. Porém... Fui embora. Tudo estava arranjado!
Na sala peguei as chaves e sai portão afora. A noite estava à minha espera. Ela e eu. Fomos juntos ouvindo música.
Sai e comigo estava Billie Holiday cantando no pé do ouvido. Ela estava meio triste. Mas era o clima do momento. Com a voz dela parecia que apertava mais o coração. Mas a noite na cidade as coisas podem se tornar incríveis. Sair só é a opção pra quem quer ser levado, sem lenço pela madrugada, "sem espectativas" como já disse antes algum bêbado. De bar em bar buscando algo que não sabe se vai encontrar.
A Rua Augusta foi escolhida. Como guarida um pequena buteca na esquina com a Peixoto. Só pra começar já tomei uma boa cachacinha do interior. Billie já havia dado lugar para outra mulher...
Havia pessoas por todos os lados. Andando pra baixo e pra cima. Conversando e sem pressa. Na redondeza havia outros bares; todos cheios de gente segurando copos. Rápidamente, em um segundo, como em um relampago, aparece em minha frente o vulto de Joe Ramone. O cara era muito parecido! Incrível!!
Uma cerveja e uma pinga!! - Pediu sem olhar para os lados.
Somente neste instante que percebi que tudo estava recomeçando. Como numa roda viva...
