“Não adianta ser hipócrita, a Inocentes sem o Clemente não é Inocentes. O negão é um cara super profissional, repetitivo nos detalhes e trabalha bastante. Muitas coisas que eu aprendi foi com ele.” (Anselmo Guarce, baixista da Inocentes)
No início do ano de 1985, Clemente e a Inocentes entraram em estúdio para gravar uma “fita demo” para divulgação da banda. Fizeram a gravação em um estúdio com 16 canais (com mais recursos de gravação) e, segundo Clemente poderia ter sido até um LP independente pela qualidade. Ficaram com cópias em fitas e uma dívida que comprometeu a situação financeira do grupo.
Começaram então a mandar cópias para rádios e gravadoras. A rádio Fluminense, no Rio, passou a tocar uma versão acústica de “Rotina”, gravada em um show especial no Lira Paulistana. A rádio 89 FM, em São Paulo, acrescentou à sua programação uma versão ao vivo de “Rotina”, gravada pela própria rádio em um show no Centro Cultural São Paulo. As gravadoras não deram resposta. Não dava para viver só das execuções nas rádios. Quando fazia algum show, os punks mais radicais iam acusá-lo de traidor do movimento. O pessoal do estúdio ligava a toda hora para cobrar a gravação da ‘demo’. A situação havia se complicado e a vontade de desistir da carreira começou a pairar na cabeça de Clemente. Já não dava mais para viver só de música.
Tonhão, o baterista da banda, numa daquelas noites sem shows, saiu para jantar com a namorada em uma pizzaria no centro da cidade e, por um acaso do destino, encontrou Branco Melo, dos Titãs, no local. Tonhão entregou uma fita demo para Branco que a levou para o diretor da gravadora ouvir. A Inocentes estava sem produtor, sem gravadora, sem recursos financeiros e com uma dívida pendente quando a Warner Music se interessou pelo trabalho do grupo. Onde não havia luz, apareceu o sol.
Assinaram o contrato com a Warner em 1985. Saindo do escritório da gravadora, no centro de São Paulo, o grupo foi comemorar a conquista. Clemente lembra bem a ocasião: “Nunca tomei tanta cerveja para comemorar um negócio. Começamos a beber no centro e fomos acabar no Limão. Fomos parando de bar em bar. No centro, foram 15 cervejas. No primeiro bar no Limão foram mais 12. Na ‘saideira’ foram mais sete. O pessoal foi dispersando e sobramos eu e o André chapados, loucos, loucos, loucos.”
Chegar na Warner foi um sonho realizado. O que muitas bandas não sabem é que chegar na gravadora não é difícil. O problema é você se manter nela. A banda passou a ter, do dia para a noite, uma indústria lhe amparando. Ensaiavam nos melhores estúdios da cidade, com instrumentos de qualidade, tudo bancado pela gravadora.
O primeiro disco lançado pela Warner, o “Pânico em S.P.”, saiu em março de 1986. Marca uma transição para uma nova fase da banda. “Foi no Madame Satã, que antes não queria saber da gente tocando por ali, acabou sendo o lançamento do disco. Passaram a nos tratar super bem. Foi aí que começamos a ficar conhecidos”, alegra-se Clemente.
No período de Warner, Clemente conviveu com os integrantes da banda Titãs. Saiam juntos para as baladas: ele, Branco Melo, Arnaldo Antunes e Paulo Miklos. Faziam festas na casa do Branco – que morava no Conjunto Nacional, na avenida Paulista. Ronaldo Passos freqüentava essas festas e lembra de como era: “Na casa do Branco tinha sempre um pessoal da mídia. O cara da Folha de São Paulo, os caras de um monte de revista. Todo mundo era amigo.”
No tempo que conviveram, Clemente apresentou bandas para o pessoal do Titãs. Tinham idéias e conversavam muito sobre música. Quando saiu o disco Cabeça Dinossauro, em 1986, Clemente percebeu que havia influenciado o grupo. “Eu tinha influenciado os caras. Esse disco deles tem Polícia, Igreja e Miséria, todas com uma puta ‘pegada’ punk. Nós (Inocentes) temos Maldita Polícia, Não Religião e Miséria e Fome.”
“Pânico em SP”, o primeiro disco lançado dos Inocentes pela gravadora Warner em 1986, vendeu 25 mil cópias. Pouca vendagem para o momento em que as gravadoras dominavam o mercado fonográfico. O segundo, o “Adeus Carne”, lançado em 1987, vendeu 28 mil cópias. Um pouco melhor que o primeiro, mas ainda uma baixa tiragem para os padrões da época. O terceiro e último pela gravadora, Inocentes, lançado em 1989, produzido por Roberto Frejat, da banda Barão Vermelho, vendeu 25 mil cópias e foi o que fechou a trilogia na multinacional americana. O estigma de banda punk não alavancava necessária publicidade para o produto. Outro fator importante foi a falta de experiência com o mercado fonográfico. Clemente conta que as outras bandas que faziam parte do cast das gravadoras eram mais experientes no comportamento mercadológico. Vinham da classe média, tinham estudado em boas escolas e conheciam a indústria cultural. “Com 23 anos, a gente era punk, moleque de periferia, achando que ia fazer a revolução”, ressalta Clemente.
Em 1989, quando a Inocentes se desligou da gravadora, o movimento punk de São Paulo e os Carecas do ABC cessaram com as perseguições entre si. Ariel conta que nesse ano houve um confronto campal no centro de São Paulo que marcou o final do período turbulento entre as gangues. “Os Carecas vieram para pegar quem estivesse no largo São Bento naquela noite. Eles só não imaginavam que os punks estavam preparados. Já tinham pegado o Vitão (amigo da maioria dos punks que freqüentavam o local) dentro da casa dele e o pessoal estava furioso por causa disso. Houve um puta quebra-pau. Deram cinco facadas no líder dos caras, que morreu. Aí eles deram uma sossegada”, revela Ariel Uliana Jr., vocalista da banda Restos de Nada, o verdadeira motivo da trégua entre as gangues.

“Temos uma amizade de longa data, de estrada. Ele participou do meu projeto Brasil Rock Stars. A gente tocava The Clash, Ramones, fizemos uma porrada de coisas juntos. O Clemente é uma pessoa tranqüila, se dá bem com todo mundo, é super alegre, sempre muito agradável de estar perto. É por isso que ele agrega, tem vários amigos e está sempre nos lugares legais.” (Andréas Kisser, guitarrista da banda Sepultura)
“Eu tive que aprender a ser profissional para poder sobreviver no mercado. Eu fazia os contatos para marcar shows. Os releases. Comecei a entender de direitos autorais e artísticos. Comecei a aprender como funciona”, diz um Clemente que teve que adquirir essas habilidades em conseqüência dos três anos difíceis que enfrentara entre 1989 e 1992. Como ele mesmo classifica, após seu desligamento da gravadora que lhe oferecia um respaldo financeiro, passou por um “limbo desgraçado”.
A filha de Clemente, Mariana Toledo Nascimento, 20 anos, conta que, quando criança, era o pai quem cuidava dela. Clemente levava Mariana, ainda bebê, aos compromissos de divulgação da banda para não deixá-la sozinha em casa. O pai ainda a acompanhava nas festinhas e reuniões na escola: “Meu pai sempre foi muito presente na minha infância. Ele cuidava de mim enquanto minha mãe ia trabalhar fora. Eu tenho uma foto de uma festinha na escola onde eu estou vestida com uma roupa de papel e ele de dread no cabelo, camisa da Restos de Nada, tênis All Star, todo punk na rodinha da escola comigo.” Mariana fala da companhia do pai com um sorriso no rosto.
Novamente passando por dificuldades financeiras e problemas na carreira, Clemente se viu sozinho e, para dar a volta por cima, precisaria tomar uma atitude. Se emociona ao dizer que essa foi a pior fase de sua carreira. Quando resolveu cuidar dos interesses da banda e aprendeu a gerenciar sua carreira, as coisas começaram a melhorar um pouco. Passou a vender a Inocentes por conta própria. Isso ajudou na retomada da banda. Mas a estratégia que fez a diferença foi a gravação do disco Estilhaços, em 1992. Esse álbum reflete o período difícil pelo qual estava passando. Estilhaços foi um disco depressivo, com músicas como “Em Chamas”, “Faminto” e até um blues, “Midnight Blues”. A Inocentes deixou de lado a pegada sonora pesada para fazer um disco mais acústico, mais pop, que refletiu os problemas que lhe atormentava. O treco da música “Em Chamas” composta por Ronaldo, Mingau e Clemente reflete a tensão do período:
“Cidade em chamas dentro de mim. A dor que me consome. Amor e ódio, cinzas. Nas esquinas suas meninas [...] Na cidade em chamas amor e ódio. E o desejo persegue. Nos olhos não há horizonte. Malditas sejam suas esquinas.” (Em Chamas)
Clemente, com o disco debaixo do braço, foi até a Secretaria da Cultura de São Paulo. “Quando os caras viram aquele disco acústico, aquele disco bonito, a gente voltou a fazer shows”, se entusiasma com a lembrança do que foi uma guinada em sua vida. Passaram a fazer o que ele chama de ‘turnê intermunicipal’. Tocavam em casas de cultura na periferia da capital paulista. Nessas apresentações, começou a perceber a formação de um novo público. Não eram mais os punks que iam assisti-lo.
Fizeram essa “turnê intermunicipal” durante aproximadamente um ano, até que gravaram o disco “Subterrâneos”, em 1994, pela gravadora Eldorado. “Na Eldorado, a gente já estava mais macaco velho”. No disco, a Inocentes retomou o rock pesado que fazia, sem ser assumidamente punk. A banda conseguiu se reestruturar e foi levada pela onda do surgimento do fenômeno “Nirvana” que “estourou” nos Estados Unidos no final de 1991. Kurt Cobain, líder da banda, trouxe novamente visibilidade ao punk. O disco lançado no Brasil no final daquele ano, o “Nevermind”, faz nítida alusão ao “Never Mind the Bollocks” da Sex Pistols, álbum de 1977. “O grunge é um punk disfarçado”, afirma Clemente.
Essa nova visibilidade que o punk passou a ter na indústria fonográfica teve seu marco no Brasil quando a histórica banda punk Ramones veio tocar em São Paulo, no ano de 1994. O show aconteceu no Olímpia (extinta casa de shows do bairro da Lapa em São Paulo) e para a abertura do espetáculo a Inocentes foi convidada. Essa exposição trouxe novo fôlego ao grupo. Clemente relembra a apresentação no Olímpia: “A gente entrou no palco ouvindo a galera gritando: Hey! How! Let´s Go! Hey! How! Let´s Go! Tipo… Cai fora daí! Tocamos e quando saímos a galera estava gritando: Pânico em SP! Pânico em SP! Arrebentamos naquele show.”
Dois anos mais tarde, em 1996, a Inocentes abriu o mega show dos Sex Pistols, no festival Close UP Planet. O festival aconteceu nos dias 29 e 30 de novembro no Rio de Janeiro e em São Paulo. No mesmo ano lançaram o disco “Ruas”, pela gravadora Paradox. Na Paradox, Clemente foi convidado para trabalhar “do outro lado do balcão”. Além de seu trabalho com a Inocentes, passou também a assumir o cargo de produtor artístico. Em sua nova função na gravadora ele contratava os artistas.
Em 1998, enquanto trabalhava na Paradox, Clemente fez paralelamente outros trabalhos. Trabalhou em campanha política para o então candidato ao cargo de deputado estadual Turco Loco. Largou a campanha para trabalhar em um projeto, de sua própria autoria, junto à Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo. Ele corria as casas de cultura da periferia fazendo workshops ensinando a garotada como montar uma banda e tudo o que envolve a produção de um trabalho artístico, inclusive direitos autorais.
Desafios na telinha, novos projetos...
“Fui assistir a um show no Sesc Pompéia esses dias (última semana de abril de 2008), no qual os meninos chamaram o Clemente para uma participação especial. Fiquei impressionado com a vitalidade dele, com aquele vozeirão de ‘soulman’ e aquela atitude punk-roqueira. Foi tudo bastante underground, mas talvez essa seja a semente de frutos que ainda mal começamos a colher.” (Pedro Alexandre Sanches, jornalista)
Quando saiu da gravadora Paradox em 1999, onde trabalhou por quatro anos, Clemente lançou dois discos. Na gravadora Abril Music, o disco “Embalado à Vácuo”, e pela RDS, o disco “Garotos do Subúrbio”. Clemente havia deixado a Paradox por ter recebido um convite para fazer um tipo de trabalho que nunca tinha feito antes. Trabalhar na televisão.
Enquanto estava fazendo os projetos da Secretaria da Cultura e ainda trabalhando na Paradox, Clemente recebia muito material de bandas independentes e de outras em início de carreira. Foi o que fez Gastão Moreira, 36, apresentador de TV, se interessar por seu nome. “Clemente foi uma peça chave para aquele programa. Ele estava por dentro de tudo o que estava acontecendo no cenário alternativo”. O programa Musikaos foi exibido na TV Cultura com a proposta de fazer um panorama do cenário musical brasileiro e abrir espaço para bandas novas e independentes. “Uma das façanhas do programa foi colocar duas bandas importantes frente à frente, tocando juntas, no mesmo palco. Uma era a Raimundos e a outra Charlie Brown Jr.. O resultado foi surpreendente”, orgulha-se Clemente do trabalho realizado.
Clemente cuidava da produção musical. Ele escolhia as bandas, marcava a data da participação com os artistas e cuidava para que tudo desse certo. Com o passar dos programas, quadros novos foram aparecendo. Clemente passou a apresentar junto com Gastão um quadro que falava de retrospectivas de bandas. O Musikaos durou 143 programas no período de fevereiro de 2000 a janeiro de 2003, quando saiu do ar. Ainda com Gastão, Clemente produziu um documentário: “Botinada”, sobre a história do punk no Brasil.
Quando acabou o Musikaos veio outra fase de dificuldades. Clemente estava sem trabalho e sua banda desestruturada. Ronaldo Passos havia saído do grupo para se casar e cuidar dos preparativos para receber seu filho que estava para nascer. Nono, o baterista, foi embora por conta de brigas internas com Anselmo Guarce. Clemente não tinha como tocar. Para piorar a situação, seus filhos mais novos, os gêmeos Pedro e Iago de Toledo Nascimento, 7, estavam com apenas dois anos de idade e precisavam de cuidados especiais. Já estava entrando em desespero quando surgiu um evento musical no Centro Cultural Banco do Brasil para o qual foi convidado. O projeto se chamava Banquinho Rock´n´Roll. Os artistas faziam voz e violão. Clemente se apresentou ao lado de Marcelo Nova (vocalista da banda Camisa de Vênus). Fizeram um set onde um tocava as músicas do outro e depois cantavam juntos músicas dos dois. “Foi bem legal! Isso que me deu a grana para não ficar com os moleques pequenos na rua”. Clemente lembra de situações como essa sem se abalar. Depois de tantos altos e baixos, fica evidente sua persistência e vontade de viver de música.
“Em rock, o Clemente é chegado bastante, mas droga ele não é chegado não. Ele já provou de tudo, mas em doses homeopáticas.” (Ronaldo Passos, guitarrista da Inocentes)
Apesar dessa trajetória cheia de momentos de dificuldades, Clemente vive em paz e ainda é dono de um humor privilegiado. Sua dedicação ao trabalho sempre foi um diferencial em sua vida, e é o que costuma trazer-lhe sorte em momentos difíceis. As oportunidades parecem bater em sua porta nas horas certas. No início de 2004, quando voltava para o apartamento onde mora atualmente no centro de São Paulo, uma amiga do extinto programa Musikaos, chamada Carola, o abordou e deu o recado:
- Meu chefe quer falar com você!
O chefe de Carola, Walter Abreu, é diretor executivo da geradora de conteúdos Show Livre. Walter o convidou para trabalhar como apresentador. Clemente não acreditou e, no primeiro dia de trabalho, não compareceu. Ele já tinha participado de outras reuniões parecidas nas quais não obteve sucesso.
Quando o telefone do Clemente tocou no dia seguinte pela manhã...
- Alô, Clemente! - Carola chama o amigo já atrasado ao telefone.
- Depende. Quem quer falar? - Clemente responde bem humorado reconhecendo a voz da amiga do outro lado da linha.
- É a Carola, meu! Você não vai vir trabalhar?
- Nossa! Então é verdade mesmo.
Clemente começou no site ShowLivre.com em 2004. De punk da periferia virou apresentador. Criou um formato de apresentação onde visita o entrevistado em seu ambiente de trabalho e seus programas têm sempre uma pitada de bom humor. O “Estúdio Show Livre”, onde leva bandas independentes para tocar ao vivo, começa sempre após o jargão que virou sua marca registrada: “Alô amigos do cyber-espaço começa agora mais um Estúdio Show Livre.” A frase é sempre dita entre variações sonoras engraçadas na voz.
Atualmente Clemente é um homem versátil repleto de compromissos e projetos novos. É DJ (Disc Jockey) na noite paulistana em lugares como: Vegas Club, Hotel Unique e Casa Belfiore. Dá aulas de produção musical. Participa de dois projetos musicais: o “Combat Rock”, onde executa músicas da banda inglesa The Clash com os velhos amigos do movimento punk Mingau (da banda Ultraje a Rigor), Redson (do grupo Cólera) e Ari Baltazar (da 365), e toca também em um segundo projeto chamado “Censor”. Esse projeto, como ele mesmo disse, “é pra fazer música esquisita”, onde ele toca juntamente com Sandra Coutinho, 47 (baixista da banda As Mercenárias) e San Issobe, 38, produtor musical.
Ufa! Com tantas atividades fica difícil acreditar que esse músico versátil ainda arruma tempo para namorar e manter o bom humor com uma vida tão corrida. Sua namorada, Keith Daniele, 37, conta que nas horas vagas os dois gostam de ficar em casa dançando na sala ao som de rockabilly, um antigo subgênero do rock´n´roll dos anos 50 norte americano que é sua paixão desde a infância. “Eu acho que o Clemente tem as características que são importantes em todo homem. Ele é honesto, educado, carinhoso, enfim... um romântico não clichê. O único defeito dele é gostar de assistir futebol.”
Em seus recém completados 45 anos de idade, no dia 12 de maio de 2008, e em seus 30 de carreira artística, esse ícone da cultura paulistana abriu caminhos e compôs verdadeiros hinos. Influenciou a sua geração e outras que vieram. Fez muitas peraltices, não se pode negar, e grandes amigos por onde passou. Atualmente é um dos mais respeitados músicos do rock brasileiro. Teve toda sua trajetória de vida cheia de glórias e decepções. Seu objetivo - viver de música - fez dele uma referência na cultura paulistana. O que pode ser considerado um suado, mas grande privilégio. Esse é Clemente Tadeu Nascimento, um lutador!