Arnaldo Antunes e Edgar Scandurra em sintonia no Studio SP

Não pode haver show de rock em São Paulo, que mostra tanto a cara da gente de Sampa, do que Arnaldo Antunes junto a Edgar Scandurra. Dois mestres(já são bem rodados, né?) do rock paulistano que se encontraram para apresentar um trabalho novo, sem compromisso ou badalação. O palco foi o Studio SP, um relativamente novo point da música alternativa da cidade. Já esteve na Inácio Pereira da Rocha, na Vila Madalena, e atualmente está na Rua Augusta, recanto de modernos e cults da cidade. Para o público, o ambiente permite proximidade com o artista. Apesar do espaço ser ótimo em decoração, atendimento e trazer artistas de diferentes nichos, a fila de saída em shows mais badalados é um verdadeiro é um verdadeiro desafio!!! Numa dessas encontrei com o escritor Marcelo Rubens Paiva enfrentando dificuldades para sair, é algo já intrincico na maioria das casas noturnas de Sampa. Mas vamos nos ater ao espetáculo.
Era uma hora da madrugada quando a euforia da espera acabou. Arnaldo vestido com uma espécie de 'terno oriental' preto, surge da escuridão e entoa uma nota de 'gogó'. Scandurra munido de sua Fender Stratosonic verde(uma clássica guitarra que já o acompanha a tempos), rebateu com levadas que misturavam groove com a energia do rock. Com o cenário pronto foi só deixar rolar.
Uma coisa deu pra perceber logo ‘de cara’ naquele show. Havia algo meio de improviso, ou melhor... De última hora. Deu a impressão de ser caseiro o negócio, mas claro, com todo profissionalismo. Meio que papo de amigos.....
A possível situação do acerto do show:
Dois amigos, cada qual com seus talentos e ambos com veia musical excelente e, velhos conhecidos e acostumados a arrastar legiões de fâs, em uma cozinha perdida pela cidade esperam uma lasanha que está no micro ondas ficar pronta. Tudo após uma sessão de fumaça e uma passada de olho pela paisagem dura e encantadora através da janela.
Conversam, então:
- Camarada, havia tanto tempo que a gente não se via. Tudo passou e a cidade está cada vez mais louca. - Diz Scan com os olhos na janela.
- Não sei se é uma simples impressão essa confluência transcedental... - Em um misto de loucura, energia positiva e descontração Arnold solta essa bobeira. Depois das inevitáveis risadas, a lasanha sai do forno e junto com ela vem o convite.
- Ae, vamos fazer um som, aí?! Vamos tocar hoje lá no bar de um amigo. (De boca cheia o outro aceita o convite e, quem foi deve ter curtido...)

Nessa ocasião especial, o clima estava bom e a 'vibe' toda positiva. A partir das primeiras notas ninguém mais conseguiu ficar parado. O negócio 'bombou', a 'ema gêmeu', a 'jiripoca piou' e o 'pau comeu. Também não era pra menos. Dois ilustres do rock paulistano juntos no mesmo palco.